O absurdo de tudo isto

Fitou-me com uns olhos bizarros, azul-metálicos. Com a voz doce de um rapazinho de 9 ou 10 anos, algumas paragens depois pergunta à mãe "é agora?", e volta a perguntar em cada nova paragem.
Distraído, não notei nada.
A certa altura a mãe levanta-se e ele segura-se, frágil, a ela, e sai a levantar exageradamente os pés, como se fosse a pisar nuvens.
O miúdo era cego.
Podia ser meu filho. Passou-se há alguns dias. Escrevo isto apenas na vã esperança de sacudir a angústia, que se tornou obsessiva.

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