Depois de um ano de perambulações pelo Norte da Ericeira, perdido o velho trilho, regressa-se à velha identidade virtual, com a qual se foram criando algumas afinidades psicológicas – afinal, o escriba é tão descomprometido como austero como dado a momentos de fervor, numa embrulhada sincrética da qual ressalta cada vez mais a vontade escapista em direcção a um passado distante.
Regressa sem arrependimentos nem sobressaltos, ciente embora de que tudo mudou. Desta vez recrismou-se apenas, abandonando uma devoção por outra (não Aton por Amon-Ra, mas a nortada pelo recolhimento do Ashram).
Regressa como um irenista / ironista / ecumenista que prefere que os outros tenham razão, que agradece que na Terra haja música, que ama as etimologias e cultiva o seu jardim epicurista / voltaireano – preenchendo assim alguns dos requisitos borgesianos do "justo", aquele que inadvertidamente está a salvar o mundo (mas na realidade nunca chega a salvá-lo completamente, e daí a convicção jansenista).
Este belo parêntese foi como que um período em que se deixou crescer a barba, para aliviar o cansaço ao espelho...
ResponderEliminarPossa a Ericeira repetir-se na vocação de palco de regressos: depois deste, por que não o do Rei que viu partir?
Abraço
Muito obrigado! E a Si, quando o vemos regressado em pleno? Faz falta!
Eliminar