Vão chegando, silenciosos, aos grupos, cobertos de pó e sacudidos na súbita viagem. Desde Agosto que não param, e lá lhes fui arranjando um aposento modesto. Imagino alguns mais fidalgos a protestarem pela despromoção, outros a estranharem a nova companhia (mas eu sou da camoniana, não sou da camiliana, e que faz aqui esta História do Brasil?). Imagino-os gratos, no geral, por lhes ter dado guarida contra a cupidez mercantil das segundas mãos, contra a destruição, contra o desmembramento, contra a indiferença. Sento-me cansado diante deles, depois de cada viagem (como se tivesse ido buscar Falashas à Etiópia), e vejo-os expandirem-se, tomarem conta do espaço, olharem sobranceiros para os seus vizinhos mais jovens. Terminado o resgate irei examiná-los um a um, como que a consolá-los e ao mesmo tempo a tentar sondar neles a razão por que, um a um, foram entrando naquela galáxia de que houve um demiurgo (porque neles, através deles, iludo-me com a possibilidade de sondar um pouco a sensibilidade e a inteligência desse seu original possuidor – o único grande ausente).
São meus agora, espero que para o resto da minha vida. Sejam bem-vindos!
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