O Confrade Combustões parace que se aborrece com o facto de os deputados trabalharem pouco; invectiva-os, pica-os, pampilha-os e esporeia-os (LER) – e é claro, uns quantos esbraveiam, cabrejam, roncam, arremetem e escoiceiam. Fazem-no a sesgo e na penumbra, acrescenta o Confrade (LER).
Eu... vou ser previsível, mas que posso eu?
Eu gosto dos nossos deputados e acho muito bem que repousem. Afinal eles representam o povo e o povo tem na modorra a sua mais coruscante virtude.
A mim, pelo contrário, aborrece-me a imagem de um deputado a trabalhar. A trabalhar um deputado converte-se num perigo, porque aumenta imensamente o risco de o sobredito, sózinho ou em grupo, produzir algo.
O deputado contemplativo, esse, ao menos, não piora as coisas; limita-se a ser ele, a ornamentar de representatividade o grande espaço que é o parlamento. Sabemos que ele está lá, refastelado e meditativo: ao menos não implica com quem quer trabalhar e ganhar a sua vida.
Já Deus, na sua infinita misericórdia, nos livre do deputado letrado que dispõe de ideias próprias e que intenta vê-las aplicadas: é o horror absoluto.
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Quanto ao facto de os deputados insultarem anonimamente o Confrade Combustões, não vejo onde está o problema porque muito simplesmente não vislumbro alternativa. Haviam eles todos de me dizer os seus nomes completos, com títulos e alcunhas, e para mim permaneceriam irremediavelmente anónimos.
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