O que faço?

Perguntou-me, assim com o tom de quem quer desafiar-me, se o panegírico da liberdade (da liberdade económica, especificamente) que eu acabara de enunciar prometia o desenvolvimento e a felicidade dos povos (seja lá o que isso for, pensei).
Respondi-lhe por graus de convicção, que foram da esperança iluminista na emancipação e no valor redentor da emancipação até aos corolários pedagógicos do cognitivismo moral.
Overkill argumentativo, considerei instantaneamente, o que se pretendia era porventura apenas algum corolário inócuo do grande ídolo retórico do "progresso".
Aproveitei para um atalho repentista: se ao cultivo da liberdade não se associa ao menos uma hipótese mínima de desenvolvimento e de felicidade, porque há a sociedade de confiar nos pedagogos, por que razão nos atribuirá ela uma missão?
Ele ficou impávido. Só me convenci a mim mesmo, aparentemente.

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