We'll always have...


Ontem ouvi falar da criação de uma supervisão bancária única para a Zona Euro. Podia ser o canto do cisne do Euro, mas admitamos, por mera hipótese, que a solução é viável. A poupança imediata seria óbvia, porque nos veríamos livres dessa instituição vetusta e prazenteira que é o Banco de Portugal. Com efeito ele já deixou de ser banco emissor e já deixou de ter protagonismo na política monetária. Restava a supervisão bancária, e essa também lhe é retirada. Fica sem nada para fazer.
Mas espera: aparece eufórico o Governador do Banco de Portugal a congratular-se com as notícias. É claro, já percebi tudo: o Banco de Portugal vai continuar a existir, porventura até a engordar com as centenas de sinecuras para economistas e juristas que por lá vegetam naquele frenesim burocrático que é timbre das grandes coisas inúteis; das magníficas glórias passadas que o tempo inutilizou.
O Banco de Portugal vai em breve fazer estupenda companhia aos submarinos da Armada e às calhas dos eléctricos na Rua das Amoreiras: inútil mas eterno, eterno porque inútil, nutrindo-se deste gostinho português pelo ornamento caro e pela nostalgia insustentável.

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