Uma das mais espantosas imagens do Hubble é a dos "Pilares da Criação", estruturas gasosas de 4 anos-luz de dimensão, na Nebulosa da Águia (M16).
Curioso (bizarro até) é que quando a fotografia foi tirada, em 1995, os Pilares já lá não estavam; efectivamente, já lá não estão há mais de mil anos.
Os "Pilares" estavam a 7 mil anos-luz da Terra, mas já foram detectadas as sequelas da explosão de uma Supernova que terá destruído toda a região.
Já se observam a partir da Terra os efeitos da onda de choque que se iniciou há cinco ou seis mil anos, e portanto daqui a aproximadamente mil anos poderemos assistir à imagem da hecatombe – uma imagem que se dirige para nós, inexoravelmente.
Dá que pensar.
Olhar para o céu nocturno é literalmente viajar no tempo, e é ver simultaneamente imagens com milhares e milhões de anos de diferença entre elas – todas justapostas, como se estivessem "firmes", num firmamento.
Em 1995 vimos três fantasmas, três zombies, dispostos, na sua grandiosidade, a ensinar-nos algo sobre decadência e contingência em todo o universo; coisa que os antigos, iludidos, reservavam ao espaço sub-lunar, ou seja à geração e corrupção que, à nossa escala e tempo humanos, sempre acompanharam o espectáculo da vida na Terra.
Nada é eterno.
isso atemoriza um bocadinho...
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